terça-feira, 13 de março de 2012
Eu, os mundos e o tempo.
Numa mão seguro o cigarro, na outra as penas de mim e do mundo. Sou deveras humano, e carrego tudo que já vivi nesse formato de corpo desajustado. Acho que não posso fazer muito sobre. Não preciso dizer nada, nem ensaiar discursos formais, preciso de mim, e sei que isso dirá tudo. Sei que carregas toda sua bagagem também, seus ex-amores e seus não- passados. Sei que a bagagem não deveria ser tão pesada, pois já escutei que as pessoas não aguentam pesos alheios. Cada um faz o que pode, cada um dá o que tem. Será mesmo assim? E devo aprender isso a cada dia, e não vou dizer que não dói. Faz meses que me troco, me afogo e me enlaço. Faço isso comigo e com esse tal de mundo (que tem meu tamanho). É meu mundo, o seu mundo, ou toda essa coisa que arregala meus olhos todos os dias e me faz sentir vergonha? Pena que no caminho fique tanta coisa, pena que no caminho eu tenha me perdoado por tanta miséria. E pudera ser diferente? Não posso culpar-me a cada istante pela educação do Brasil ou pela fome da África, enquanto morro aqui com meus abismos egoístas e assisto qualquer porcaria na televisão. Devo largar todo esse figurino mal montado e desmontar-me em tanta dor? Há solução pra esse conflito? Suspeito que mais alguém já se perguntou isso também. Sou patético, sou um falso, falseio minha dor porque não quero chorar. Penso que tenho vergonha de minhas lágrimas, acho que as culpo pela dor emprestada. No fundo, meu peito quer despir tais vestes com calma, e assim cortejar o relógio novamente. Pra quem sabe rirmos e chorarmos juntos, com a alma em paz de que ''o tempo é tão natural''. Quero invejá-lo, como amigo que brilha os olhos e quer ser assim também. Como quem ri tranquilamente e diz ''tudo passa, tudo calma''.
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