Hoje por acaso, revirando antigos medos em velhas gavetas, vi como num filme tantos ''eus'' que não habitam mais aqui e tanta coisa que pede pra entrar, e descobri algo que me chamou a atenção. Pensei na espera que tomou todo o assento, e em tudo que não era pra ser espera. Da espera que cansou-se de ser assim. Repetições que tomaram conta da casa. Da paisagem cinza que tornou-se semelhante a mim. Tanta reza brava, benzeção, água benta, e pra quê meu deus? Tanto medo dos demônios não me serviram de muita coisa. Velho do saco, homens maus, pesadelos e tanta culpa procurando uma face. Quando enfim criei coragem, entrei naquele tão temido armário rangente de madeira, coloquei vela na mão e raquete na outra, fiz o nome do pai meio sem jeito e fui. Apesar da fumaça por todo lado, pude ver claramente como nunca o fiz. O rosto do monstro na verdade era eu.
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