quinta-feira, 26 de abril de 2012

Ataque Humano

egg-sta-see:

SpaceMonkey *-* 

Esse mundo tá estranho,
isso daqui não tá certo.
''Tão'' enfiando gente por tudo que é lado.
Eles não se dão nem ao trabalho de pedir licença
ou desculpa pelo incômodo que causam.
Cruzes!
As coisas não são mais como antigamente..
Ah, naquele tempo sim.. Aquilo que era vida!
Essa espécie tem o que eu mais odeio;
Falam alto, se aglomeram,
sujam todo lugar que passam, e o pior,
insistem que são melhores que outros iguais a eles.
Eu devo é rir de tudo isso..
Antigamente podia chamar isso aqui de lar,
hoje nem sei mais que cara tem.
Eu hein!
Vou pegar minhas coisas e me mandar daqui,
pode ser contagioso!

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Você não era Poesia

Hoje percebi algo. Poesia é só poesia. A vida é só uma pontinha disso tudo. Um poema não significa minha face estampada em palavras. O autor é como um artista, ele recria a vida, a dor, a morte, e tudo o mais que lhe der na telha. Ele está ali. Posso vê-lo. Mas também estão um outro milhão de coisas. A estética final. As rimas. A imagem que se forma. O mundo que ele não tem.  A ideia do que se deseja. Personagens que tomam forma e personalidade. Não deveria se levar tão a sério assim tais palavras despretensiosas. Mais do que traçar um desenho, elas pedem para formar uma boa combinação. Palavras são só saltos curiosos rumo a um sentimento novo. Dá orgulho. Medo. Alívio também. Mas isso não deveria ser levado tão a sério. Uma pessoa não é seu poema. Até que enfim entendi isso. 

Entre pela porta da frente

                                                   À todas as pessoas que quero o que não devia.


Sente e sinta-se a vontade, vá logo entrando em minha casa e nem precisa pedir licença. Vá tomando conta do sofá, naturalmente se acostumando com o desconexo da minha bagunça. Te farei sentir em casa. Mas faça tudo isso sem que eu perceba. Vá tomando como natural tudo que é meu, sem me tirar de mim mesmo é óbvio. Prezo muito por minha solidão. Mas esses toques irão ajudar. Não espero que cheguemos a lugar algum, o objetivo aqui não é o ponto de chegada. Me agrada muito essa idéia de sermos amigos. Prefiro até essa denominação do que de namorados ou qualquer coisa do tipo, já que amigo é coisa boa. Quando eu percebi já estava assim, tomado de você. Sabia seu gênero musical predileto, o que detestava comer, e do seu medo ridículo por baratas. Acho que gosto de você. E não vou mais me convencer de que não devo sentir isso. Seria como um ateu se apaixonar por uma freira. Absurdo não? Eu sei. Não sei que tipo de alimento se deva dar para um sentimento assim. Mas devo dizer que não quero muita coisa não. E me envergonha um pouco admitir isso. Mas decidi, apenas quero. Quero você, mesmo que seja pra descobrir que foi tudo idiotice depois. Que você é um grande babaca, ou que apenas não estamos vivendo o mesmo momento. Eu quero mais por mim mesmo sabe? Deixemos pra lá todos esses olhares. E a sua cabecinha que vai dizer que é feio querer algo que não se pode. Hoje não terá espaço para culpa no meu coração. Mas prometo que não irei pedir duas vezes se o primeiro for não. Posso te fazer olhar com aqueles olhos grandes e curiosos, mesmo que nada disso seja sério depois. Hoje podem avisar a todos: temos uma calamidade social! Estou querendo, e neste momento isso é tudo.  

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Que me desculpem as comédias românticas

Por: desconhecido

Você me percebeu, e eu não pude evitar. Não vou dizer que foi espontâneo (quanta palpitação e o medo de parecer tola), mas que bom que aconteceu. Pudera o ''amor'' ser assim, como nos filmes, um esbarrão e pronto! Estrelas caindo e o tempo parado. Então o romance começa, as pessoas se conhecem, se ''apaixonam'' (a trilha sonora soa bastante inspiradora nessa hora), há uma decepção de alguma forma, em  seguida o descreditado busca se redimir, e eles são felizes. FIM. Por quê será que são tão poucos os ''depois do para sempre''? A vida segue, a rotina cansa, as pessoas entediam-se (sem trilha sonora).  Aí eu me pergunto e pergunto para outras pessoas, será que existe um amor pra vida inteira? Eu paro, respiro um pouco, e digo que não. Meio insegura ainda, mas afirmo negativamente. Somos tão enraizados de certas crenças, que torturamo-nos tentando nos enquadrar, sem ao menos questionar se existem outras opções.  A dúvida é uma dádiva. Qual a minha orientação sexual? Devo ser fiel? Devo casar? Somos conduzidos a esses questionamentos, e nos retorcemos para que caibamos em todos eles. Só há uma falha: Quem disse que são essas todas as nossas opções? Por quê ao invés disso não questiona-se se essa definição de sexual se faz realmente necessária, e se não é algo culturalmente herdado, e se não somos apenas pessoas que gostamos de carinho? Quem sabe ao invés de fazer descer goela abaixo essa idéia de posse de que somos tomados, e que nos adoece por sinal, pudéssemos pensar se nos relacionar com mais de uma pessoa abertamente não nos faria melhor. Por quê todas essas tarjas pretas sobre uma coisa que é tão natural em si, como o corpo? Tanto mistério, culpa e medo tiram a espontaneidade do que fala por si só. As separações se fazem logo na infância, meninas para um lado, meninos para o outro, aquilo é feio, aquilo não pode. Somos seres inteiros e qualquer tentativa de desvencilhação se torna meramente teórica. Na vida real, e sinto informar, as pessoas não estão divididas entre boas e más, uma história de amor nem sempre será feita de episódios bonitos, e os caminhos que cada relacionamento toma nem sempre são seguidos de um ''E viveram felizes para sempre''. E eu respiro de novo e agora afirmo convicta, as pessoas apenas amam. Sentem cada pessoa diferente, as vezes vêm como desejo, as vezes chamam de paixão, noutras de amor. Paixões de infância, paixões platônicas, o ''primeiro'' amor, pessoas que ninguém lembra o nome, e todas aquelas que se relacionam tanto tempo e não dão em nada. E por quê oras haveria de dar? Não quer dizer que não tenha sido amor. Nada deve ser desmerecido, uma pessoa não deve diminuir outra que já passou em sua vida só porque agora outro alguém com um novo sentimento ocupa esse lugar. Sem generalizações, cada pessoa estabelece sua medida nesse processo, o que lhe cabe, e o que lhe faz mais sentido. Mas não é porque crescemos escutando essas lições que elas sejam vias de regra. O objetivo desse texto é a possibilidade da dúvida, e não fundamentar qualquer receita de bolo. Duvidar não é feio, não faz mal e não engorda. Quem sabe se duvidássemos mais não viveríamos de uma forma mais honesta e mais livre, tornando- nos assim mais verdadeiros conosco e com as pessoas que nos relacionamos? Assuntinho clichê, mas é que tenho sido tomada por muitas coisas interessantes, e se por acaso esse texto tomou um rumo utópico, não era essa a intenção (tenho um problema com essas definições ''amor'', ''paixão'' e etc, por receio de que elas parecam estar em degráus, mas por falta de denominações as usarei assim mesmo). De qualquer forma fica a deixa, o amor romântico é um mito, a vida sim é tudo!

Quadro de ladrilhos

Sou eu e a cidade,
e por um instante sou o Rei do mundo
Incontáveis desenhos geométricos,
de formas das mais variadas,
pequenos, grandes, retangulares
Tantos mundos juntos,
divididos apenas por algumas paredes
Ao meu lado uma mãe cuida de seu filho,
do outro eu não tenho nem idéia do que possa ser
E apesar das paredes serem de espessura fina, 
elas são gigantes
Como o muro de Berlim
São muitas vidas que não se vivem,
mas apenas compactuam de um mesmo lugar
Daqui de cima vejo tanta coisa,
imagino uma cena ao ver uma senhora sentada em sua sacada,
suponho um romance ao observar homens e mulheres
Penso que ninguém sabe realmente o que acontece
Nem aqui, nem no prédio ao lado
E a roda-vida segue seu fluxo,
e as paredes continuam intactas

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Pedaço do Céu

Hoje tive a confirmação.
Avisem a todos: A terra está queimando!
Começou nos meus pés, mas quando senti meu peito e minhas mãos tremularem tive certeza.
Por um minuto, ou até menos, fui feliz. 
Eu poderia ter feito qualquer coisa,
mas apenas fechei os olhos e permaneci sorrindo.
E aquilo tudo foi mágico!
O Paraíso é emocionante!
É leve!
E tem o tamanho da minha cara nesse mundo.
Sou eu tentando chegar ao mais cru de mim mesmo,
honestamente, sem culpa e sem medo.
O mundo queimando e eu perplexo pelo caleidoscópio de cores.
Enfim eu entendi,
e foi lindo.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Mande um beijo à Mamãe e ao Papai

Sonho contigo. As vezes tens cara de bicho, as vezes de gente. Recordo-me sob uma janela embaçada tanta coisa. As vezes ainda me dói o quanto tento atrair teu afeto, ser merecedora dele. De tanto você me ensinar a ser forte e a engolir o choro, de dizer que as pessoas não podem ser tão sensíveis assim, acho que aprendi como se deve ser. As vezes parece que vivemos em dois mundos. Vocês aí, vendendo esse lar que me falta tanto, as discussões e brincadeiras. Constantemente nos pegamos em conversas do tipo:  ''Oi, tudo bem? Como estão as coisas?'', como são com os conhecidos, noutras nem a isso nos damos ao trabalho. É que é superficial demais, a realidade concreta iria doer se soubéssemos da verdade: nós não moramos mais no mesmo mundo. Eu aqui, ora feliz por saber que sou humano e posso existir em paz, ora com saudades, vazia. Como já escutei algum dia, e creio que seja bem assim mesmo, algumas vezes dói estar longe, noutras é um alívio. Tento em vão perguntar, ''Tá tudo bem?'', ou ''Você está triste?", nada me responde do outro lado da linha. Você não quer me magoar, talvez ache que eu não devo me atordoar com isso. Tento despertar algum sentimento, qualquer coisa, só pra saber que ainda temos algo em comum. Sei também que nossos momentos tornam-se constantemente privilegiados (tempo, tempo, você outra vez). Lembro-me também dos gritos, das discussões, de um desejo estranho que algo se concretizasse de uma vez. Mas já faz algum tempo que parou de doer sabe, nunca mais nos preocupamos com isso, acho que vocês também não. Será que meu perfume novo não tem mais o cheiro da minha antiga casa? E o que mesmo posso denominar de casa? Nem um nem outro, nenhum dos dois lugares acalmaria isto que chamo de alma. Talvez eu esteja mesmo meio só, e não acho que seja bonito ser assim não. Um misto de culpa, necessidade e alívio. Sou um desgarrado agora. Vivo fora de casa.