Sou eu e a cidade,
e por um instante sou o Rei do mundo
Incontáveis desenhos geométricos,
de formas das mais variadas,
pequenos, grandes, retangulares
Tantos mundos juntos,
divididos apenas por algumas paredes
Ao meu lado uma mãe cuida de seu filho,
do outro eu não tenho nem idéia do que possa ser
E apesar das paredes serem de espessura fina,
elas são gigantes
Como o muro de Berlim
São muitas vidas que não se vivem,
mas apenas compactuam de um mesmo lugar
Daqui de cima vejo tanta coisa,
imagino uma cena ao ver uma senhora sentada em sua sacada,
suponho um romance ao observar homens e mulheres
Penso que ninguém sabe realmente o que acontece
Nem aqui, nem no prédio ao lado
E a roda-vida segue seu fluxo,
e as paredes continuam intactas
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