Me faz fundo
Quero ser paisagem
Como um desenho sutil que quase não se nota,
de tão pertencente que ele é
Não miragem, não, não miragem
Quero ser parte do que é belo,
não porque é perfeito,
mas justamente porque é real
Porque tem riso,
tem choro, alegria e euforia,
mau-humor,
e muita muita vontade de existir,
se fazer viver em paz
Como em uma brisa,
canção, exílio pra alma
Que essa canção leve toda a vontade de ser,
e deixe somente o que é
Venha como recinto para que eu possa ser o meu deus,
e para que eu sinta deus na vida também
Repousar acordado do inferno que é viver,
sem preposições, argumentos ou contradições
Voltar ao lugar aonde o silêncio têm seu valor,
e antigos perfumes não servem mais para essa estação
Deixar que a carne se misture, a pele, o suor,
que vire uma nova composição,
que o vento leve, a água lave, e o sol queime
Tudo leve leve, terno e com cheiro de lar
Por fim sem fim,
olhos abertos para o que me comove,
para lembrar-me sempre que sou passageiro,
apenas viajante desse pequeno lugar
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