Lembra dos nossos segredos? Tantos que juramos, que só nós sabíamos e isso nos fazia mais forte? Então agora eu deixo meu último (perdoe-me pelo hiato):
Eu te amo, te amo, te amo, te amo e não vai ter fim. Só encontrei paz com teu rosto perto do meu, a lembrança turva e embaçada que não sai, como um barco em maré baixa, indo e vindo, e passeia e passeia. E meu coração se contorce inteiro, passando mal, só de lembrar de você. E você foi o único que me viu nua, das minhas tantas roupas e ironias, e eu vi teu coração, teu peito quente, teu choro ansioso. Porque o meu também é desesperado, e você sempre foi tão meu homem. Covardia pode ser, escrever essas palavras cheias de frio na barriga das quais você não vai ler, você vai me julgar como indiferente, com desamor. Pode ser, agora já nos perdemos no caminho, por mais que no fundo você ainda lembre.. dos nossos segredos. Não sei exato qual papel cumprimos nessa analogia, eu o lago você o cais, você o lago eu o cais. Um descompasso, um contra-tempo, você correndo e eu querendo parar, eu correndo pra sufocar teu lugar. Que há de fazer, destino brincalhão, te deixou pronto quando eu já tinha descido escada abaixo, pra seguir sem dó. Silêncio, acho que merecemos o silêncio, por tanto amor, por tanta vida. Daqui a pouco não serei mais o motivo das suas queixas públicas nem dos seus porres, daqui a pouco não tentarei mais descobrir seu número novo pra te ligar bêbada, pra gritar, pra você entender que eu fiquei enquanto passava sobre você, e o que todo mundo já sabia, que eu fiquei em você. Me dá vontade de dar um risinho triste sabe, daqueles sem graça, quando esses rapazes tentam criar afeto onde não tem mais nada, tentam criar afinidades e empatias, onde há um deserto, e essa é a melhor forma de descrever, onde há um lugar seco. Eles não entendem amor, que é tudo ironia, eles não entendem que se apaixonar por mim é uma piada, que estou jogando, só você saberia entender. Para te esquecer é verdade, eu beijaria várias bocas, beberia vários litros, pra te embaçar entende? E faria isso várias vezes com a perfeição de quem quase não sente, de quem quase está bem. Tô fazendo um desabafo apertado, nervoso, de quem desesperadamente precisa do que lhe falta, do que lhe foi tomado; Sonharei contigo, te lembrarei um milhão de vezes, depois com muita calma, como quem segue o mesmo trajeto todos os dias ou executa uma receita, paciente limparei minhas lágrimas, e a cobrirei com maquiagem e muita ironia. Não tocarei no seu nome, a menos que eu beba, ou que fale para alguém que conheça a minha dor (há de passar), fora isso ninguem notará, nem você.
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